Vamos inventar uma história

 

Scratch Project

 

  • Uma história no tempo em que os animais falavam

Há muitos… muitos anos…. no tempo em que os animais falavam… no tempo em que as galinhas tinham dentes e que as bruxas andavam de vassoura… existiam muitos reinos. Num desses reinos – O Reino Amarelo – vivia uma linda princesa, chamada Lili. Lili tinha um problema, era grande. Por ser muito alta, nenhum príncipe ia ao seu encontro. Passava os seus dias no Castelo Amarelo, com seus fiéis criados e … um amigo muito especial – o coração Papelão. O coração era especial, não só por ser um fiel amigo, mas por ser muito, muito chato. Não largava a princesa. Ele falava demais, estava sempre,  sempre a dizer:
- Tens que ir à procura do teu príncipe. Não vês que ninguém aparece!
A princesa triste respondia:
- Mas ninguém gosta de mim…
E o coração continuava:
- Tens que ir à procura do teu príncipe. Tens que ir à procura do teu príncipe. Ele está por aí algures, tens que o encontrar!
- Oh Papelão, estou farta de te ouvir! Só queria encontrá-lo, para tu parares com essa conversa. Alguém que me diga como é que eu o hei de encontrar! Ajudem-me! – implorou a princesa.
De repente ouviu-se um barulho estranho, quase assustador… Parecia um bater de asas… Era uma águia muito bela, com penas douradas, que naquele momento poisava numa das flores mágicas do jardim.
A princesa e o coração olharam surpreendidos e perguntaram:
- Quem és tu?
- Eu sou a Águia Espiã. Chamam-me assim porque eu espio toda a gente, nasci assim… não consigo evitar… eu tenho curiosidade em ver tudo o que se passa. E tenho que dizer que até já ajudei algumas pessoas com esta minha curiosidade.
- Ai sim?! Então talvez me possas ajudar a mim! – disse a princesa entusiasmada.
A águia respondeu:
- Foi por isso que resolvi aparecer. Eu ouvi a vossa conversa e acho que tenho a solução ideal.
O coração disse repetidamente:
- Diz-nos, diz-nos. Qual é a solução? Qual é? Qual é? Diz, diz!!!
-Tem calma, Papelão! Não sejas chato! A princesa Lili tem que ouvir com muita atenção o que eu vou dizer.
- Então diz-nos, vá-lá! – continuava o Papelão.
A águia começou então a falar num tom misterioso:
- Num reino longe daqui, existe um príncipe gigante que vive sozinho. Ele foi amaldiçoado quando era criança. Uma bruxa muito feia lançou lhe um feitiço que só pode ser quebrado por uma princesa. Essa princesa terá de encontrar uma chave, a chave que abre a porta da sua casa. Mas, para a encontrar tem que passar por várias peripécias… e descobrir vários enigmas…
- Achas que nós vamos conseguir? – perguntou a princesa.
- Posso dar uma pequena ajuda. Se quiserem posso chamar um amigo para vos guiar até ao primeiro enigma. – disse a águia.
- Fazes isso por mim? – perguntou a princesa indignada.
- Obrigada! Obrigada! És a maior! És a maior! - apregoava o Papelão.
A águia lançou um som ensurdecedor e apareceu a galopar um colorido cavalo. Este fez sinal para a princesa o seguir. E, claro, o coração também os seguiu.
Depois de muito caminharem chegaram a uma espécie de labirinto. À sua entrada estava uma personagem com um aspeto estranho…
- Olá eu sou a Geometrina! E vocês quem são?
- Eu sou a princesa Lili e este é o coração Papelão. Somos do Reino Amarelo e procuramos um príncipe.
Pois, mas para passarem pelo meu pequeno Reino têm que decifrar um enigma e encontrar o caminho pelo labirinto.
- Vá diz lá o enigma! – exclamou o coração, irritado com a demora.
- Qual é o maior número par entre 1 e 100? – perguntou a Geometrina.
- Isso é muito fácil, é 100. – Respondeu precipitadamente o coração.
- Pois estás enganado! Dou-vos uma segunda hipótese, mas se não acertarem têm de voltar para trás. – retorquiu Geometrina.
Lili, repondeu de rompante:
- Já sei, já sei é 98! Acertei, não acertei?
- Sim princesa, acertaste. Agora vais ter que seguir pelo labirinto, até descobrires o teu caminho… Boa sorte!
Lá continuaram a sua viagem em busca do príncipe amaldiçoado. Viraram à direita, viraram à esquerda, seguiram em frente, depois à direita… parecia que nunca mais acabava o labirinto, eram só figuras geométricas por todo o lado. Quando finalmente encontraram a saída, avistaram uma estranha casa. Parecia um cogumelo. À medida que se aproximavam, viam cada vez mais perto duas figurinhas azuis. Pareciam amigáveis. Ao chegarem ao pé deles travaram imediatamente conversa.
- Olá! Será que nos podem ajudar? Andamos à procura de um príncipe, não sabemos muito bem para onde ir… já nos fartámos de caminhar, estamos muito cansados!
- Olá, eu sou a Azulina.
- Olá, eu sou o Azulino.
- Nós podemos ajudar-vos. - disseram os dois seres azuis, ao mesmo tempo.
- Como? Como? – perguntava Papelão.
- Nós temos um carro… podemos emprestá-lo.
- Agradecemos imenso. – disse a princesa – Eu também vos posso ajudar! Tenho uma pomba de ouro na minha algibeira, é o meu amuleto da sorte. Mas vocês merecem ficar com ela, se a venderem ainda poderão ganhar algum dinheiro.
- Obrigado! – disse Azulino - Vocês têm que seguir por esta estrada. Mais à frente encontrarão um grande castelo às riscas. Mas tenham muito cuidado! Boa sorte!
Lili e o coração seguiram no automóvel pela estrada fora. Foram surpreendidos por dragões a voar de um lado para o outro. Eram assustadores, cada um mais colorido que o outro. De certa forma até eram cómicos, com tantas cores, pareciam fatos de Carnaval. Por fim avistaram o castelo, também ele às cores. Afinal aquele era o Reino do Arco-Íris! Pararam e foram abordados por um dos dragões, de seu nome Zuli:
- Quem são vocês? O que é que vocês fazem aqui?
- Eu sou a Lili e este é o Papelão. Andamos à procura do príncipe amaldiçoado. Já que ele não vem ao meu encontro, eu vou ao dele.
- Nesse caso podem ir, mas para passarem por este Reino têm que escapar ao fogo dos dragões que por aí andam.
Com muita cautela Lili e Papelão aventuraram-se pelos caminhos do Reino do Arco-Íris, conseguindo escapar a um e outro dragão.
Finalmente, conseguiram avistar uma linda planície, verdejante, calma e fresca, onde pastava um lindo unicórnio branco. Rapidamente se dirigiram para ele, pedindo indicações. O unicórnio disse-lhes que teriam que seguir em frente e escolher o caminho onde estivesse a placa indicando: PONTE SAGRADA.
Assim fizeram, foram em frente e a estrada dividia-se em três caminhos, um dizia PORTA SAGRADA, outro PONTE SAGRADA e o último indicava FONTE SAGRADA.
Ambos pensaram no que o unicórnio disse e seguiram pela PONTE SAGRADA! - De repente, quase tropeçaram numa estranha criatura, muito pequena e arredondada, com um grande nariz…
- Mas vocês são cegos? Quase me pisaram! – Diz a criatura.
- Mas quem és tu? És muito estranho! – disse Lili.
- Estranho eu? Muito obrigado pelo elogio! Mas adiante… eu sou o Anão Não. E não vos vou deixar passar por esta ponte.
- Não? – disse Papelão.
- Não. – declarou o Anão Não. -  Quer dizer… se conseguirem responder aos meus enigmas…
- Então diz lá quais são eles. – disse Lili.
- Qual é ratoeira de caçar ratos que se escreve com quatro letras?    
Depois de muito terem discutido, sim discutido!! E muito terem praguejado um com o outro. Chegaram à brilhante conclusão: __ __ __ __!

- Muito bem, mas tenho outro: Qual é coisa qual é ela que cai e fica amarela?

- Essa é muito fácil - disseram eles - é o __ __ __.
O Anão não teve outro remédio senão os deixar passar. E antes de se despedir disse:
- Quando atravessarem a ponte vão encontrar uma chave escondida atrás de um arbusto, essa chave é a chave da casa do príncipe que tanto procuras. Boa sorte!
- Muito, muito, muito obrigada, Anão Não! - disseram em coro Lili e Papelão, muito entusiasmados. Adeus, temos que partir. – e, atravessaram a ponte, correndo.
No final da ponte lá estava o arbusto e a chave escondida. Pegaram na chave e continuaram o seu caminho. Chegaram, finalmente, à casa do príncipe gigante e logo apareceu a Águia Espiã.
- Finalmente chegaram! Pensei que não iam conseguir chegar ao fim desta aventura. – disse ela.
- Pois cá estamos nós, mas o que fazes aqui? – perguntou a princesa.
- Eu sou a única companhia do príncipe Jonas. Foi a pedido dele que eu parti à vossa procura…
- Vá abre porta! Abre! Abre! – gritava o coração.
A princesa dirigiu-se para a porta e colocou a chave na fechadura, deu uma volta e… lá estava ele - o príncipe gigante, ou melhor dizendo, o príncipe Jonas – muito alto (2,5m), de face redonda e muito simpática. A sua cara aparentava um ar de satisfação por ver a sua princesa, e, melhor ainda, ela era da sua altura!
Papelão e a Águia Espiã estavam radiantes por ver os seus companheiros juntos e muito felizes.
Meu dito, meu feito, este conto saiu perfeito. E oxalá que tudo lhes corra bem e a nós também.
 

História inventada pela turma do 4ºC